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República Portuguesa - Conteúdo da Web sobre Iuri Leitão
minimizou perdas com o sétimo lugar, sendo o terceiro após os fugitivos.
Estava bem dentro da luta.
Depois, veio a corrida por pontos, na qual, durante os mesmos dez quilómetros, houve em todas as voltas e o primeiro ciclista a passar a meta ganhava um ponto, com 20 pontos extras para quem desse voltas de avanço.
E Leitão foi sagaz.
Começou forte nos dez quilómetros, somando três pontos logo no início.
O belga Vanden Bossche conseguiu uma volta de avanço e, assim que dobrou o pelotão, houve espaço para Leitão se juntar a três “amigos”.
Dobraram o pelotão e só a demora na atribuição dos 20 pontos criou apreensão.
Leitão sabia que tinha os pontos no bolso, mas a demora no podia ter provocado desgaste adicional, porque o português foi buscar mais alguns de volta.
Assim que “caíram” os pontos, o português pôde descansar e repor energias no que restava da prova.
Subiu ao terceiro lugar e estava em posição de bronze.
Depois, o terror de Leitão.
Chegou a prova de eliminação, fase à qual o português assumiu ao PÚBLICO que “costuma ter um bocadinho de aversão, pelo nervosismo e pela perigosidade” da prova.
No fundo, o último ciclista a passar a meta, de duas em duas voltas, é eliminado e deve abandonar a pista.
Mais do que quem passa em primeiro, importa quem não passa em último – lógica oposta à maioria das corridas.
É intenso, mas divertido.
E foi intenso.
E divertido.
Leitão andou muito tempo em zona perigosa e safou-se da eliminação por meros centímetros em quatro eliminações seguidas.
Estava a arriscar muito, mas, por outro lado, é preciso estar com muito boas pernas para se prestar a correr desta forma.
Acabou, depois, a ser excluído num momento em que até parecia ter energia.
Depois de uma confusão com a eliminação de Gaviria em vez de Thomas, com correção tardia dos juízes, Leitão pareceu queixar-se de que não ouviu o sino a avisar da eliminação seguinte e deixou-se antecipar.
Acabou a prova a esbracejar, queixando-se de algo.
Mas houve sino.
Se era essa a queixa do português, não pareceu ter razão.
Na primeira fase da última prova, o português esteve em modo gestão, sem discutir os dois primeiros.
Mas teve de se mexer quando uma fuga de quatro elementos, com Thomas e Vanden Bossche, se chegou à frente.
Aquele era o grupo que Leitão não podia perder e o português teve de fazer um esforço brutal, sozinho, para apanhar o grupo.
Foi o movimento que valeu a medalha.
Os cinco deram a volta de avanço que procuravam e o pódio ficou mais definido, com o belga, o francês e o português já com uma vantagem simpática para o alemão Tim Teutenberg.
Leitão parecia estar com bom fulgor e foi buscar dois pontos seguidos, antes de ter a sagacidade de entrar num grupo forte, numa aliança com Benjamin Thomas, e dar mais uma volta de avanço.
A medalha estava “no bolso”, restava saber qual.
Quando Thomas caiu, logo a seguir, parecia que ia haver ouro, mas o ciclista levantou-se e pôde regressar, depois de Leitão esperar.
Passou a ser uma corrida a dois, com dez voltas para o fim, com Thomas e Leitão em luta direta pelo ouro.
Não deu para tanto, mas deu para prata.
E Leitão preferiu ser homem que abdicou de uma possível medalha de ouro em vez de ganhar com contribuição de uma queda alheia.
'Fiz questão de saber que ele estava bem e que poderíamos discutir o ouro de forma justa.
Ele teve um azar.
Seria injusto ele perder o ouro daquela forma.
Quis ter a certeza de que ele voltava e que estava bem.
Na minha consciência fiquei aliviado quando soube que ele estava OK e poderíamos continuar a nossa batalha.
Foi o mais justo”.
Leitão apontou ainda que “o francês estava mais forte e não havia nada a fazer”, num misto de resignação com a perda do ouro e orgulho pela conquista da prata.