Após uma semana de investigações, a polícia preparou uma cronologia detalhada dos acontecimentos envolvendo o caso da empresária e ex-sinhazinha do Boi Garantido, Djidja Cardoso, encontrada morta dentro de sua própria casa em Manaus.

A principal suspeita é o envolvimento dela em um grupo religioso que forçava o uso de drogas para alcançar uma falsa plenitude espiritual.

Djidja Cardoso e seu irmão, Ademar Cardoso, começaram a ser investigados pela polícia no meio de abril por envolvimento no grupo denominado “Pai, Mãe, Vida”.

Segundo a polícia, o grupo forçava o uso de cetamina em rituais na capital do Amazonas.

Uma fonte próxima à família, que não quis se identificar, relatou que parentes tentavam contato com Djidja por telefone, mas não conseguiam, então resolveram ir à casa da família.

Ao entrar no imóvel, por volta das 6h (horário de Brasília), encontraram o corpo sobre a cama.

Durante o velório na quarta-feira (29), o boi representou o carinho que a sinhazinha costumava fazer nele durante as apresentações no Festival Folclórico de Parintins.

O enterro ocorreu horas depois, sem a presença de Cleusimar Cardoso, mãe de Djidja.

Dois dias após a morte, a Polícia Civil do Amazonas deflagrou a Operação Mandrágora, que resultou na prisão de todos os funcionários da família.

Na manhã de domingo (2), a advogada da família Cardoso, Lidiane Roque, fez uma coletiva de imprensa onde disse que os detidos estavam sendo mantidos em unidades prisionais.

A defesa afirmou ainda que iria entrar com um pedido de internação compulsória devido à dependência química deles pela cetamina, um anestésico usado também no tratamento da depressão.

Conforme apuração da polícia, Ademar contou que se afastou da ex-sinhazinha e do grupo religioso criado pela família dela após ser advertido por um médico sobre os riscos do uso de cetamina.

Durante uma visita à casa onde ela morava, ele prestou depoimento à polícia por duas horas sobre a relação que teve com a família Cardoso.

Um ex-personal trainer da família afirmou que Djidja Cardoso aplicou cetamina nele sem consentimento.

O advogado do ex-namorado da sinhazinha, Bruno Roberto, foi até a delegacia e informou que ele teria deixado o veículo no local após uma pane mecânica enquanto ia para o velório dela.